Roteiro de 5 dias em Londres – parte 1

Cidade que talvez mais surpreendeu positivamente em nossas viagens, a cosmopolita, descolada, mas ao mesmo tempo tradicional Londres é, sem dúvida, um dos melhores destinos pra viajar com crianças. A capital britânica possui uma vasta rede de transportes, muitos restaurantes “kids friendly”, parques, teatros e outras atividades voltadas para o público infantil. Além disso, embora Londres seja relativamente cara para nós brasileiros por conta da cotação da libra esterlina, existem muitas atrações gratuitas por lá.

Em 5 dias, obviamente, não deu pra visitar todos os lugares que gostaríamos, pois Londres tem muito a oferecer, mas vamos contar como foi o nosso roteiro e, ao final, faremos sugestões de lugares que não visitamos por falta de tempo, mas que, certamente, devem ser incluídos em uma viagem com criança pela cidade.

1º dia:

Ao chegarmos em Londres, já no aeroporto, compramos um Oyster Card (cartão recarregável, vendido em máquinas e guichês, que permite colocar um crédito para ir usando nos transportes públicos e retirar o valor que sobrou ao final da viagem) e pegamos a linha “Picadilly” do metrô até a praça Leicester Square, onde ficava o nosso hotel. Com certeza a opção pelo metrô foi muito acertada, já que, em cerca de 45 minutos, nos deixou ao lado do hotel, por um preço bem inferior a, por exemplo, um táxi. É importante dizer que Londres tem várias regiões legais para se hospedar, mas escolhemos o hotel Premier Inn London Leicester Square pelo custo-benefício e por nos permitir ir andando até a grande maioria das atrações. O hotel, muito bom, faz parte da rede britânica Premier Inn, que possui diversos estabelecimentos espalhados pelo país, com uma proposta de serviços simplificados, além de preços mais baixos.

DICA: vale a pena estudar um pouco o mapa do metrô antes da viagem e utilizar bastante esse meio de transporte, que conecta quase todos os pontos da cidade, mas cuidado porque certas estações não tem elevador ou escadas rolantes, dificultando o acesso para quem está com um carrinho de criança ou muitas malas (é possível ver as estações com acessibilidade no site Travel for London).

Como viajamos no final de outubro, época em que o sol se põe bem cedo, após deixar as malas no hotel, só tivemos tempo de dar uma rápida volta até o Big Ben (que, na verdade, é o nome do sino que fica localizado na Elizabeth Tower) pra tirar umas fotos e depois paramos no pub The Red Lion para jantar. Muitos pubs não aceitam crianças após determinado horário, mas descobrimos que existem alguns pubs da Fuller’s, famosa cervejaria inglesa, que geralmente tem uma área pra jantar, onde crianças são bem vindas a qualquer horário, com cerveja boa e, inclusive, pratos infantis, além de serem bem temáticos. Ainda deu tempo de dar uma passadinha na loja T.K. Maxx (versão europeia da rede americana T.J. Maxx), já que às quintas-feiras o comércio fecha 1 hora mais tarde em Londres.

The Red Lion Pub

2º dia:

Após um café da manhã caprichado no hotel, começamos nosso passeio pelo belíssimo Covent Garden Market, onde antigamente funcionava uma feira e que hoje está repleta de quiosques, lojas, restaurantes, cafés e, principalmente, artistas de rua com repertórios variados. Em uma dessas apresentações, fomos escolhidos dentre umas cem pessoas que assistiam ao evento para participar de um show de mágica, em inglês. Imagina a vergonha, mas foi divertido!

Covent Garden Market

Depois, partimos em direção ao British Museum, passando no caminho pelo Neal’s Yard, espécie de jardim/beco escondido entre as ruas Monmouth St. e Shorts Gardens, com uma pegada meio hippie e cheio de restaurantes vegetarianos de fachadas coloridas. Vale provar a pizza maravilhosa do restaurante Homeslice Neal’s Yard. Quanto ao British Museum, com um acervo riquíssimo de quase 8 milhões de peças dos mais diversos períodos da história da humanidade, é, sem dúvida, um de um dos programas imperdíveis em Londres. Assim como a maioria dos museus da cidade, tem entrada gratuita, o que traz muita praticidade pra quem viaja com crianças, pois podemos entrar e sair livremente quando nossos pequenos estiverem cansados, além de representar um alívio no bolso.

Neal’s Yard

De lá, caminhamos até a Oxford Street e suas diversas lojas, com destaque para a Primark (loja enorme de roupas, com preços bem interessantes), e, alguns quarteirões depois, até as transversais Carnaby Street e Regent Street, endereço da famosa Hamleys. Com seus 7 andares, a Hamleys é a maior loja de brinquedos do mundo, tendo seções específicas para bonecas, jogos, pelúcias, Lego, brinquedos tecnológicos, de madeira, entre outras intermináveis opções. Apesar de não ser muito barata, vale uma visita, pois a loja vende uns brinquedos bem diferentes, que não são facilmente encontrados em outros lugares, sem contar que a Hamleys por si só já é uma atração. Ah! Precisamos dizer que o Nico amou?

Piccadilly Circus

Pra terminar o dia com chave de ouro, jantamos no restaurante Jamie’s Italian (filial do Piccadilly Circus), que é a versão mais popular dos restaurantes do Chef Jamie Oliver, especializada na culinária italiana. Comida muito saborosa, bons preços, pratos infantis e ainda disponibilizam alguns códigos com descontos no site, enfim, recomendamos!

3º dia:

Logo pela manhã, pegamos a “Central Line” do metrô até a estação de Queensway, que fica ao lado do Kensington Gardens (uma continuação do Hyde Park). Este é um dos parques reais de Londres e, no passado, foi o jardim privativo do Palácio de Kensington (residência dos príncipes britânicos), que também fica no local. O parque é lindo, com muito verde e um lago cheio de cisnes, mas, sem dúvida, o grande barato para as crianças é o parquinho “Diana Memorial Playground”, cuja história é bem interessante. O Kensington Gardens era o parque preferido da Princesa Diana, moradora do Palácio, e era ali que ela passeava todos os dias com seus filhos William e Harry. Para homenageá-la após a sua morte, em 2000 foi criado o “playground”, inspirado nas histórias do Peter Pan, com um enorme navio pirata, um jacaré de pedra, aldeia dos índios e até uma estátua em bronze do personagem. A inspiração se deve ao fato de o autor do livro, James Matthew Barrie, ter bancado o parquinho original que existia no local, em 1906.

Diana Memorial

Kensington Gardens

• Veja também o post “Os 5 melhores parques urbanos”.

Na saída do parque, pegamos um daqueles icônicos ônibus vermelhos (linha 52 ou 452) até o bairro de Notting Hill, onde, aos sábados, acontece o superlotado mercado da rua Portobello Road. O mercado se divide em 3 partes: na primeira parte da rua ficam as barraquinhas de antiguidades; no meio, as de comida; e, no final, as de roupas e artigos usados. Pra quem curte cinema, é possível identificar vários locais que serviram de cenário para o filme “Um Lugar Chamado Notting Hill”, inclusive a livraria em que os personagens principais se conhecem (nº 142, Portobello Road).

No fim da tarde, ainda fomos dar um passeio no exótico bairro de Camden Town, lugar onde diferentes tribos parecem conviver em harmonia. A região continua sendo um centro da cultura alternativa em Londres, mas, hoje, tem um ar meio turístico, sendo o domingo o dia de maior movimento. Foi interessante ver as lojas alternativas e as pessoas vestidas de uma forma bem diferente do que estamos acostumados, mas o que mais gostamos mesmo foram os mercados Stables Market e Camden Lock, que vendem praticamente de tudo.

DICA: Não deixem de experimentar um dos melhores sorvetes que já tomamos na vida no Chin Chin Labs. Não bastasse a decoração do lugar, que remete a um laboratório, e o sorvete ser feito com nitrogênio líquido na hora, bem na nossa frente, ainda usam ingredientes orgânicos no preparo. Uma delícia!

Camden Town

Continua…

• Veja também o post “Roteiro de 5 dias em Londres – parte 2”.

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